Nossa História


 
Clara Saraiva na abertura do 2º Congresso da ANEL em junho de 2013.
No dia 14 de junho de 2009, a Assembleia Nacional dos Estudantes – Livre, a ANEL, foi fundada a partir da votação da ampla maioria dos delegadas e delegados eleitos na base das escolas e universidades para participarem do Congresso Nacional dos Estudantes.

O CNE tratou de discutir, organizar e potencializar as lutas que estavam em curso e de avançar na disputa política estabelecida naquele momento acerca da melhor saída para a crise econômica que se manifestava – e ainda se manifesta – em todo o mundo, inclusive no Brasil.

A importante conclusão que se chegou no Congresso foi de que a melhor forma de articular esses desafios nacionalmente seria fundando uma entidade que expressasse as lutas ocorridas em 2007, quando o movimento estudantil reascendeu, e que conseguisse, concomitantemente, reinaugurar no Brasil um ME combativo, independente democrático e desenvolvido nos processos de luta, nas mobilizações. As necessidades mais conjunturais se combinaram com necessidades mais estratégicas diante do processo estrutural de degeneração da UNE como instrumento que respondesse à nova dinâmica do movimento estudantil brasileiro.

Assim, a partir da votação ocorrida em 14 de junho, lança-se o desafio de desenvolver a recente entidade fundada no CNE. Além de avançar em aspectos organizativos, também estava colocada a importância de a ANEL estar presente em todas as lutas, encabeçando os processos de mobilização, desde os mais gerais até os mais específicos, pois só dessa forma a Assembleia Nacional dos Estudantes – Livre poderia se consolidar como um instrumento de luta para o movimento estudantil brasileiro.

Desde a sua fundação a ANEL vem construindo diversas lutas, nacionais e internacionais. Impulsionamos a campanha pela retirada das tropas brasileiras do Haiti. Enviamos representante de nossa entidade ao Egito para prestar toda solidariedade dos estudantes brasileiros à Revolução Árabe, assim como também fomos ao Chile e Argentina para apoiar a luta contra a privatização da educação e por qualidade de ensino nesses países.

Junto aos estudantes indignados com a corrupção no senado, participamos do movimento “Fora Sarney”. Estivemos presentes nas mobilizações contra o aumento das tarifas de transporte e lançamos a campanha nacional “Passe-livre Já Brasil”. Construímos, em 2011, de forma unitária com outras entidades sindicais e a CSP-Conlutas, um Plebiscito Nacional em defesa de 10% do PIB pra a educação pública já. Realizamos a campanha pela expansão com qualidade das universidades federais, que estão sendo totalmente sucateadas por meio das metas do REUNI. Na luta pela democratização do acesso às universidades estivemos presentes na luta contra o novo ENEM e pelo livre acesso, pois com o novo ENEM a concorrência é ainda mais agressiva e desigual, o projeto assim como o REUNI avança na precarização das universidades e promove a falsa ideia de democratização no acesso. Para debater esse projeto participamos de um debate com a UNE e a UBES na MTV. Marcamos presença nas lutas contra o aumento de mensalidades e pela estalização das universidades pagas, pois a educação é direito, não pode ser tratada como mercadoria.

Na luta contra as opressões, lançamos uma campanha nacional pela aprovação do projeto de lei que criminaliza a homofobia (PLC 122), realizamos beijaços contra a homofobia e lançamos uma cartilha de formação e discussão sobre as mobilizações que movimento LGBTT vem travando na defesa de seus direitos. Construímos uma entidade que não aceita nenhum tipo de opressão e que luta, todos os dias, contra o machismo, a homofobia e racismo nas escolas e universidade do país.

Participamos da construção das lutas dos trabalhadores e apoiamos as suas mobilizações e greves por todo Brasil. Um marco importante da unidade do movimento estudantil com os trabalhadores, foi a participação da ANEL no primeiro congresso da CSP-Conlutas, entidade a qual somos filiados pois defendemos a aliança entre trabalhadores e estudantes.

Recentemente, ajudamos a construir a maior greve unificada da educação dos últimos anos, organizando os Comandos Locais e o Comando Nacional de Greve Estudantil. A greve desafiou o governo Dilma e conquistou inúmeras vitórias, como a abertura de bandejões, aumento no valor de bolsas permanência, reforma de prédios, etc. Através do comprometimento com as lutas, a ANEL vem se consolidando como uma entidade nacional legítima, capaz de organizar os estudantes de forma independente, política e financeiramente, dos governos, com democracia de base e muita disposição para mudar o mundo!